quarta-feira, 22 de julho de 2009

Idade Média

Resumo - A Longa Idade Média e o Mundo Feudal
Porfessor Elvis Oliveira

Tratada por diversos Historiadores como uma época de total obscurantismo e ignorância, a Idade Média foi por muito tempo tratado com certo preconceito como a "Idade das Trevas" na historiografia tradicional se refere ao período que compreende do século V com a Queda do Império Romano do Ocidente ao século XV em que ocorre o Renascimento Cultural e Expansão Marítima, na História Nova trazemos uma visão renovada desse importante e imenso período da história da humanidade, como um grande e contínuo processo de formação do homem moderno.



(Professor Elvis Oliveira)
O Feudalismo
O sistema feudal foi a forma de organização econômica, social, política e cultural cujas origens estavam no século V, mas que firmou-se entre os séculos IX e XII. Esse sistema se baseava na posse da terra, A produção feudal era feita para consumo local, não se destinando ao comércio.


O senhor feudal era o proprietário da terra, controlando os homens que trabalhavam nela, os servos. Os servos recebiam proteção militar do senhor feudal em troca do seu trabalho. Não eram escravos mas também não podiam abandonar a terra em que viviam. O senhor feudal tinha controle total sobre sua terra - denominada feudo. Ele fazia as leis, concedia privilégios, aplicava a justiça, declarava a guerra e negociava a paz. Dentro do feudo havia propriedades diferentes, pastos e bosques eram propriedades coletivas, nas quais os servos podiam pastar seus animais e colher frutos e o senhor praticava a caça;
metade das terras cultivadas era propriedade privada do senhor feudal (manso senhorial). Eram as terras mais férteis, e tudo o que se produzia ali pertencia a ele o restante era co-propriedade ou seja, os servos cultivavam a terra, retiravam dela seu sustento e entregavam uma parte da produção ao senhor feudal, os servos pagavam uma série de obrigações ao senhor feudal, em forma de trabalho (corvéia) ou de produtos (talha, banalidades, taxa de casamento e mão morta). Além disso, pagavam taxas à Igreja. Não havia divisão nem especialização no trabalho comunitário dos servos. Como não se produzia para a venda, as colheitas eram reduzidas às necessidades básicas. Havia a ameaça permanente da fome;

A condição social na Idade Média era determinada pelo nascimento. Os que nasciam servos permaneciam assim até a morte e o mesmo acontecia com os nobres. Apenas os moradores das vilas (vilões), que prestavam serviços aos senhores feudais, podiam ascender socialmente;
O clero, outra camada social, era a única com acesso à escrita, controlando a sociedade através da religião e tendo acesso a cargos administrativos nos reinos medievais, ü Apesar dessa autonomia, os senhores feudais também precisavam de proteção, conseguida através de juramento de fidelidade entre eles e outros nobres, Através dele, o nobre que requisitava auxílio era chamado de suserano e o que o oferecia era chamado de vassalo. O vassalo recebia o domínio sobre um feudo e auxiliava militarmente o suserano sempre que fosse necessário. Os suseranos também eram vassalos de outros senhores. Nessa escala estavam, de baixo para cima, os cavaleiros, os barões, os condes, os marqueses, os duques e o rei;

Os territórios da Igreja – a maior proprietária de terras da Europa na época – organizavam-se de modo semelhante aos dos senhores feudais. Mas a principal função da Igreja era cuidar da parte espiritual. A Igreja condenava o comércio, pois afirmava que o trabalho e os bens materiais não deveriam levar ao enriquecimento, e sim à salvação. O empréstimo de dinheiro a juros também era condenado.


Um Outro Olhar...

"Nessa sociedade a imagem de Deus é a imagem de um Senhor: a confusão e associação entre o sagrado e o profano são permitidas e alimentadas, como se depreende da análise dos termos da época: dominus – senhor temporal; Dominus – Senhor celeste, Deus. Esse Deus Senhor é
identificado com o Deus Pai, a pessoa da Trindade mais próxima do Antigo Testamento e, por
extensão, do Judaísmo e do Islamismo. Por isso, sua representação iconográfica é limitada,
apresentada, sobretudo pela imagem de uma mão que desponta por entre as nuvens: Essa mão define a um só tempo a natureza e a função reconhecidas do Deus feudal. É uma função de comando, trata-se de uma mão que ordena; é uma função de punição, trata-se de uma mão que pune; e é uma função de proteção, trata-se de uma mão que protege." (p.71)
Revista Brasileira de História das Religiões – Ano I, no. 2 – ISSN 1983-2850 Para o Historiador Jacques Le Goff, a Idade Média só termina efetivamente com a Revolução Francesa, tudo de relevante está relacionado a Deus.

As Cruzadas

Para canalizar a violência social, a Igreja e os reis organizaram as Cruzadas contra os muçulmanos, com o obje-tivo de recuperar os lugares onde Jesus Cristo tinha vivido, impedir o avanço árabe na Europa, controlar as rotas comerciais nas mãos dos muçulmanos e mostrar ao chefe da Igreja do Império Bizantino que o papa tinha autoridade sobre a cristandade. Muitas pessoas participaram das Cruzadas, atraídas pela possibilidade de enriquecimento através da conquista e pela promessa de salvação, feita pela Igreja, aos que combatessem os muçulmanos. Foram organizadas oito Cruzadas entre os séculos XI e XIII. A primeira Cruzada oficial, formada por nobres, conquistou Jerusalém em 1099. Entretanto, logo a cidade foi recuperada pelos muçulmanos. As Cruzadas seguintes não conseguiram retomar os lucrares sagrados,

As Cruzadas tiveram várias conseqiiências. Uma delas foi o aumento do comércio entre o Oriente e o Ocidente, que levou ao ressurgimento da economia urbana e monetária na Europa ocidental. A classe dos comerciantes se fortaleceu. Além das expedições feitas pelas Cruzadas, outros portos aumentaram suas atividades, como Gênova, Pisa, Nápoles e Veneza, na Itália. Essas cidades já faziam o comércio com os bizantinos e os muçulmanos durante toda a Idade Média.

Esses contatos comerciais geraram o consumo de novos produtos vindos do Oriente e introduziram novas técnicas de agricultura e manufatura no Ocidente, além de novas práticas bancárias, como as letras de câmbio, Outra consequência das Cruzadas foi a reconquista da península Ibérica, ocupada pelos muçulmanos. Os pequenos reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão receberam o apoio da nobreza européia e, entre 1086 e 1492, expulsaram os muçulmanos e formaram os reinos de Portugal e Espanha.

Renascimento Comercial

A cultura medieval atingiu o auge durante a Baixa Idade Média (séculos XI a XV). Nesse período, ocorreram transformações no sistema feudal; A produção deixou de ser exclusivamente para consumo local e passou a ser destinada ao comércio, estimulando a circulação das moedas; os comerciantes ampliaram seus negócios e passaram a ter grandes lucros;

Desintegrando o sistema feudal, essas transformações foram definindo aos poucos o capitalismo;
A partir do século XI. quando cessaram as invasões bárbaras, aumentou a segurança nas estradas, possibilitando as viagens comerciais. O número de mortes diminuiu e, com isso, a população aumentou, gerando a necessidade de mais produtos para consumo.

A Santa Inquisição

No século IV, quando o Cristianismo se propagava, a Igreja Católica havia tomado santuários e templos sagrados de povos pagãos, para implantar sua religiosidade e erigir suas igrejas. Nos primórdios do Catolicismo, acreditavam que os pagãos continuariam a freqüentar estes lugares sagrados para reverenciarem seus Deuses. Mas com o passar do tempo, assimilariam o cristia- nismo substituindo o paganismo, através da anulação.
Mesmo assim, por toda a parte, havia uma constante veneração às divindades pagãs. Ao longo dos séculos, a estratégia da Igreja Católica não funcionou, e através da Inquisição, de uma forma ensandecida e sádica, as autoridades eclesiásticas tentaram apagar de uma vez por todas a figura da Grande Deusa Mãe, como principal divindade cultuada sobre todos os extremos da Terra. O Catolicismo medieval transfor- mou o culto à Grande Deusa Mãe, num culto satânico, promo- vendo uma campanha de que a adoração dos deuses pagãos era equivalente à servidão a satã.
Inquisição é o ato de inquirir, isto é, indagar, investigar, interrogar judicialmente. No caso da Santa Inquisição, significa "questionar judicialmente aqueles que, de uma forma ou de outra, se opõem aos preceitos da Igreja Católica". Dessa forma, a Santa Inquisição, também conhecida como Santo Ofício, foi um tribunal eclesiástico criado com a finalidade "oficial" de investigar e punir os crimes contra a fé católica. Na prática, os pagãos representavam uma constante ameaça à autoridade clerical e a Inquisição era um recurso para impor à força a supremacia católica, exterminando todos que não aceitavam o cristianismo nos padrões impostos pela Igreja. Posteriormente, a Santa Inquisição passou a ser utilizada também como um meio de coação, de forma a manipular as autoridades como meio de obter vantagens políticas.
A Educação e a Arte no Medieval

A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Esta era marcada pela influência da Igreja, ensinando o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.Podemos dizer que, no geral, a cultura medieval foi fortemente influenciada pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.

A Crise do Feudalismo

Peste Negra ou Peste Bubônica

Em meados do século XIV, uma doença devastou a população européia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos.


Revoltas Camponesas

Após a Peste Negra, a população européia diminuiu muito. Muitos senhores feudais resolveram aumentar os impostos, taxas e obrigações de trabalho dos servos sobreviventes. Muitos tiveram que trabalhar dobrado para compensar o trabalho daqueles que tinham morrido na epidemia. Em muitas regiões da Inglaterra e da França estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos senhores feudais. Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objetivos, diminuindo a exploração e trazendo conquistas para os camponeses.








quinta-feira, 9 de abril de 2009

Roma Antiga

Resumo de Aula - Roma Antiga
Professor Elvis Oliveira 2009

A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim como o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.


Origem de Roma : explicação mitológica
Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.

Origens de Roma : explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)
De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica : gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios ( nobres proprietários de terras ) e plebeus ( comerciantes, artesãos e pequenos proprietários ). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.

República Romana (509 a.C. a 27 a.C)

Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da plebe. A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por uma maior participação política e melhores condições de vida. Em 367 a.C, foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram eleitos: um patrício e um plebeu). Esta lei também acabou com a escravidão por dívidas (válida somente para cidadãos romanos).

Formação e Expansão do Império Romano

Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses nas Guerras Púnicas (século III a.C). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina. Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou. Augusto (27 a.C. - 14 d.C), Tibério (14-37), Caligula (37-41), Nero (54-68), Marco Aurelio (161-180), Comodus (180-192)... Podemos destacar como alguns dos maiores imperadores da Roma Antiga.


A política do "Pão e Circo"

Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.

Cultura

A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol. A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina.

A arte

sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e a da greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza.Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções.

Arquitetura: características gerais da arquitetura romana são: busca do útil imediato, senso de realismo; grandeza material, realçando a idéia de força; energia e sentimento; predomínio do caráter sobre a beleza; originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.As construção eram de cinco espécies, de acordo com as funções:


Pintura: o Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral.A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de mármore. Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural.Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes.Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral(Grego).

Escultura: os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os homens da sociedade.Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos. Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V - precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os invasores germânicos.
Mosaico: partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de clara matriz decorativa, os masaístas chegaram a resultados onde existe uma certa parte de estudo direto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e a duração dos materiais levaram a que os mosaicos viessem a prevalecar sobre a pintura. Nos séculos seguintes, tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas cristãs.
Religião
Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do panteão grego, porém os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características ( qualidades e defeitos ) de seres humanos, além de serem representados em forma humana. Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família.Principais deuses romanos : Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.
Crise e decadência do Império Romano

Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de tributos originados das províncias.Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares.

As invasões "barbaras"

Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Grécia Antiga

Resumo de aula - Grecia Antiga
Professor Elvis Oliveira 2009

Genericamente, a história da Grécia Antiga é dividida em quatro diferentes períodos. O primeiro deles é o Período Pré-Homérico, entre os séculos XX e XII a.C., que conta o processo de ocupação do território grego. Logo em seguida temos o Período Homérico (XII-VIII a.C.) quando ocorre o aparecimento comunidades gentílicas até a formação das primeiras cidades-Estado. No Período Arcaico (VIII – VI a.C.), ocorre o processo de expansão marítimo-comercial grega juntamente com a fixação de colônias na porção norte do litoral do Mar Mediterrâneo. Considerado o auge da história da Grécia Antiga, o Período Clássico (V – IV) fica marcado pela intensa atividade artística e intelectual e a deflagração dos principais conflitos envolvendo os gregos. Na parte final da história grega, durante o Período Helenístico (IV – I a.C.), temos a ocorrência da dominação promovida pelos povos macedônios. Sob o comando de Alexandre, O Grande, a cultura grega sofreu contato com valores das culturas orientais. No século II a.C. será a vez dos romanos incorporarem o conjunto de tradições e costumes helênicos e, por fim, desarticularem o Antigo Mundo Grego.

Os antigos gregos dividiam a humanidade em duas categorias: os helenos (eles próprios) e os bárbaros (todos os que não falavam o idioma grego). Todavia, a essência desse "modo de ser helênico”, não foi geográfica ou lingüistica, mas cultural e social. Foi uma forma de vida característica, corporificada numa instituição básica: a pólis, ou cidade-Estado, espaço das liberdades públicas... Tal liberdade não significava apenas autogoverno ou respeito à lei e à justiça; era toda uma concepção do universo expresso na frase do filósofo grego Protágoras:
“O homem é a medida de todas as coisas.”

Atenas - Sociedade:
eupátridas: representados pelos grandes proprietários;
georgóis: pequenos proprietários
demiurgos: ou povo ateniense: artesãos, comerciantes e camponeses.
cidadão ateniense era necessariamente apenas os filhos de pai e mãe ateniense.
Os estrangeiros (metecos) e os escravos, não eram considerados cidadãos.

Também as mulheres e crianças, ficavam á margem, consideradas como parte do corpo cívico da pólis, sem gozar de direitos políticos (cidadania).
Evolução Política
até meados do séc. VIII a.C. era uma monarquia, cujo rei (basileus) acumulava as funções de chefe religioso, militar e jurídico ...
a partir dai a aristocracia eupátrida se fortalece em detrimento do poder dos reis: o governo passa a para as mãos de uma oligarquia de nobres, os arcontes, que formavam o Arcontado. à medida em que a nobreza se apropriava das terras cultiváveis e, consequentemente, adquiria maior poder, os pequenos proprietários empobreciam e endividavam-se: perdiam suas propriedades e podiam tornar-se escravos por dívidas, em meados dos séc. VII a.C. Atenas é envolta em lutas entre o demos (povo) e os eupátridas. Os comerciantes davam apoio ao povo...
como resultado dessa crise, surgiram os legisladores ou reformadores...

os legisladores
Drácon (621 a.C.) redige um duro código de leis que deveria ser obedecido por todos, mas os privilégios da aristocracia permanecem;
Sólon (594 a.C.) acaba com a escravidão por dívidas e substitui o critério de nascimento pelo de riqueza para a participação política do cidadão (censitário);
As tiranias
Pisístrado (561 a.C.), apoiado pelo partido popular realiza uma reforma agrária, distribuindo terras e créditos aos camponeses pobres... mas seus sucessores não conseguiram dar continuidade à sua política
Clístenes (506 a.C) marca o fim das tiranias e empreende uma série de reformas político-administrativas que dão origem à democracia ateniense, ampliando a participação política de uma parcela maior da população ateniense.

A Democracia: O século de ouro
Durante o governo de Péricles (461-429 a.C.), a democracia ateniense atinge sua plenitude, estabelecidos os princípios:





da isonomia: igualdade de todos perante a lei;
da isegoria: igualdade de direito ao acesso à palavra na assembléia;
da isocracia: igualdade de participação no poder.




A democracia era direta, mediante ao comparecimento do cidadão à Assembléia (Eclésia).
A Assembléia era um comício ao ar livre e suas decisões representavam a palavra final na guerra e na paz, nos tratados, nas finanças, na legislação, nas obras públicas. As reuniões eram freqüentes e todos os que compareciam tinham direito de fazer uso da palavra. O povo não podia ser eleito para exercer cargos públicos, entretanto, constituiu-se como um tribunal que tinha o direito de julgar todos os casos importantes e eleger os administradores.

Esparta
Esparta foi fundada na Lacônia, na península do Peloponeso, pelos dórios que dominaram os antigos habitantes. Para manter seus domínios, a aristocracia de origem dória montou uma estrutura organizada e isolada das demais póleis gregas, através de uma ação militar permanente. Daí a preocupação em fazer com que cada cidadão fosse elemento permanente do exército.

A sociedade em Esparta

os esparciatas ou espartanos: descendentes dos dórios, que gozavam de privilégios e viviam sob rígida disciplina militar;
os periecos: antigos habitantes da Lacônia. Embora fossem livres, não tinham direitos políticos.
os hilotas, escravos do Estado, sem direitos ou qualquer proteção legal; formavam a maioria da população. O equilíbrio demográfico entre os esparciatas e os hilotas era garantido pela prática de massacres periódicos, entendidos como “exercícios militares” (krypteia); A partir dos 7 anos, as crianças do sexo masculino eram entregues ao Estado para completar sua educação: “bem obedecer, resistir às fadigas e vencer em combate”; As mulheres também recebiam, desde a infância, um rigoroso treinamento físico e psicológico: eram mães e esposas de guerreiros. Gozavam de maior liberdade que as mulheres de outras póleis.
Organização Política

Esparta era uma diarquia, i.é., dois reis reinavam ao mesmo tempo, com funções de caráter militar e religioso. Gerúsia, um Conselho composto por 28 anciões (gerontes), cabia as decisões importantes e a elaboração das leis;
Ápela, assembléia formada pelos mais importantes cidadãos maiores de 30 anos, escolhia os gerontes e ratificava ou não as decisões da Gerúsia.
cinco Éforos (vigilantes) comandavam as reuniões da Gerúsia e da Ápela, além de fiscalizar a vida pública e econômica dos cidadãos.
Prosperidade e Escravismo... Liberdade e Escravidão...

A condição da prosperidade das póleis gregas estava fundada na utilização intensiva da mão-de-obra escrava.Graças a ela também, os cidadãos gozavam de tempo livre para participar da vida pública: a escravidão era a condição estrutural da liberdade na pólis do período clássico.

Gregos contra persas: as Guerras Médicas

Entre os séc. VI e V a.C., a expansão do Império Persa (medos), que já envolvera as colônias gregas da Ásia Menor, passou a ameaçar a própria Grécia continental... Sob a liderança conjunta de Atenas e Esparta os persas são derrotados em 480 a.C. Afastada a ameaça persa sobre o continente, Esparta se retira da guerra. Atenas e outras cidades continuam a luta para expulsa-los do mar Egeu e da costa asiática e formam a Liga de Delos, confederação onde cada cidade-membro contribuía com homens, navios e dinheiro para o tesouro comum. Presidida por Atenas, a Liga de Delos torna-se um instrumento para tentar impor sua hegemonia sobre toda Grécia. Parte do tesouro da Liga, inclusive, servirá para o embelezamento de Atenas.

Gregos contra gregos: a Guerra do Peloponeso
“o suicídio profundo da Grécia das cidades..."
Frente a ameaça da hegemonia ateniense, Esparta lidera um conjunto de cidades reunidas na Liga do Peloponeso. O confronto, a Guerra do Peloponeso, iniciado em 431 a.C., durou 28 anos, e terminou com a derrota ateniense - e o esgotamento de toda a Grécia. Felipe e Alexandre da Macedônia... A supremacia de Esparta teve curta duração, sendo seguida pela hegemonia de Tebas e por um período de perturbações generalizadas. No séc. IV a.C. as cidades gregas estavam esgotadas por décadas de guerra: nenhuma delas tinha condições de impor um projeto político próprio. Divididas, foram dominadas pelos macedônios, um reino ao norte da Grécia, liderados por Felipe II... A política expansionista de Felipe II teve continuidade em seu filho e sucessor Alexandre, que consolidou a dominação da Grécia e conquistou o Império Persa...

Helenismo...
A fusão das culturas das várias regiões asiáticas conquistas por Alexandre com os valores gregos deu origem a uma nova manifestação cultura, o helenismo, que teve como centro as cidades de Alexandria e Pérgamo. Após a morte de Alexandre, o império foi dividido em três grandes reinos... Entre os séculos II e I a.C. todos foram conquistados pelos romanos.
“Ainda hoje, depois de termos abandonado tantos credos e cosmologias, o conceito de vida dos gregos nos entusiasma e exalta. O pensamento e as teorias dos gregos estão estreitamente ligados na trama de nossa vida, quase que sem o percebermos, e só esse motivo é suficiente para procurarmos conhecer os gregos e analisar o valor e o alcance do que realizaram. Nenhum povo tem o direito de desprezar suas origens, e o mundo moderno deve tanto á Grécia que não pode receber com irrefletida ingratidão o que ele herdou.”
Filosofia Grega

A filosofia grega dividi-se em antes e depois de Sócrates. Foram pré-socráticos Tales de Mileto (fim do século VII - início do VI a.C.); Pitágoras (582 - 497 a.C.); Demócrito (460 - 370 a.C.); Heráclito (535 - 475 a.C.); e Parmênides (540 - ? a.C.). No tempo de Sócrates predominava a escola dos sofista que se serviam de reflexão para atingir fins imediatos, ainda que por falso argumentos. O maior dos sofista foi Pitágoras.

Sócrates (470 - 399 a.C.) - Fundou a Filosofia Humanista. Criou a maiêutica ("parto das idéias"), método de reflexão que consiste em multiplicar as perguntas para obter, a partir da indução de casos particulares, um conceito geral do objetivo. Para Sócrates, a virtude era uma ciência que se podia aprender. Uma voz interior, daimon, indicaria o caminho do bem. Irônico, hábil em confundir o interlocutor, cercado de discípulos extravagantes, como Alcebíades, atraiu muitos inimigos. Acusado de renegar os deuses e corromper a juventude, Sócrates foi condenado a beber cicuta (tipo um veneno), o que fez com bravura e serenidade.
Platão (427 - 347 a.C.) - Principal discípulo de Sócrates, fundou a Academia de Atenas. Segundo sua teoria, baseadas nas idéias (formas essenciais), o mundo real transcende o mundo das aparências, o qual nada mais é do que uma derivação das idéias matrizes. Em suas obras políticas, destaca como virtudes essenciais a bravura, a serenidade e a justiça. Obras importantes: Apologia de Sócrates, Críton, O Banquete, Fédon, Fedro e A República.
Aristóteles (384 - 322 a. C.) - Considerado por muitos como o maior filósofo de todos os tempos. Abarcou todos os conhecimentos de seu tempo - Lógica, Física, Metafísica, Moral, Política, Retórica e Poética. Sua obra foi editada pela primeira vez no séc. I a.C. por Andrônico de Rodes. Partindo de Sócrates e Platão, Aristóteles sistematizou os princípios da Lógica, formando uma ciência que ele chamou de Analítica. Sua Metafísica estuda o "ser enquanto ser"e investiga os "primeiros princípios" e as "causas primeiras do ser". Em sua Teologia, Aristóteles procura demonstrar racionalmente a existência de Deus, o "primeiro motor móvel", o "não-vir-a-ser", o "ato puro".





sábado, 28 de fevereiro de 2009

Egito Antigo

Resumo de Aula - O Egito Antigo
Professor Elvis Oliveira 2009




No Período Neolítico, tribos nômades indo-européias instalam-se na região do vale do rio Nilo, onde constroem cidades-estados, como Tebas, Memphis e Tânis. Estabelecem um Estado unificado por volta de 3200 a.C. e introduzem uma monarquia centralizada no faraó, soberano hereditário, absoluto e considerado a encarnação divina. As cidades-estados são transformadas em nomos, divisões administrativas da monarquia governadas por nomarcas. Até 2700 a.C., o Egito mantém-se relativamente isolado. Por volta de 2000 a.C. dá os primeiros passos para romper esse isolamento. Realiza incursões contra os beduínos do Sinai e conquista suas minas de cobre e pedras preciosas. A invasão dos hicsos, de origem caucasiana, interrompe essa expansão. O Egito expulsa os hicsos em 1600 a.C. e, em seguida, conquista Síria, Palestina, Mesopotâmia, Chipre, Creta e ilhas do mar Egeu. Em 332 a.C. passa a integrar o Império Macedônico e, a partir de 30 a.C., o Império Romano.
A agricultura e o comércio de produtos naturais são a base da economia. Desenvolvem técnicas de irrigação e de construção de barcos. Com a unificação, a propriedade da terra passa dos clãs ao faraó, aos nobres e aos sacerdotes. Os membros dos clãs são transformados em servos, que trabalham nas minas, na construção de palácios, templos e monumentais pirâmides de pedra (túmulos dos faraós). Os egípcios empregam a técnica de mumificação de corpos, fazem o primeiro calendário lunar e destacam-se na astronomia, na engenharia e nas artes. Lançam os fundamentos da geometria e do cálculo e criam a escrita hieroglífica (com ideogramas). Politeístas, cultuam o deus Sol e representam as divindades com formas humanas.



As Fases do Império

Antigo Império (3200 a.C. - 2300 a.C.)
• Estabilidade política e prosperidade econômica;
• Intensa exploração da população camponesa;
• Construção das grandes pirâmides de Gizé - Quéops, Quéfren e Miquerinos;
• Revoltas sociais;
• Fragmentação política do Egito.

Médio Império (2000 a.C. - 1580 a.C.)
• Tebas substitui Mênfis como capital;
• Dinamismo e a prosperidade econômica;
• Rica produção cultural;
"As pirâmides do Egito começaram a ser construídas no período denominado Antigo Império. Usadas para sepultamento dos faraós (chefes de Estado) e seus familiares, esses famosos monumentos de pedra atraem milhares de turista para o país. As pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos são consideradas patrimônios históricos da humanidade.• Onda de invasões estrangeiras: Hicsos. Dominaram o Egito por quase dois séculos".

Novo Império (1580 a.C. - 525 a.C.)
• Expulsão os hicsos (faraó Amósis);
• Hebreus submetidos à escravidão no Egito;
• Forte militarismo e pelo expansionismo territorial;
• Apogeu da civilização egípcia;
• Amenófis IV implanta o monoteísmo no Egito.

Religião e Política







Na Antigüidade, a relação entre política e religião era muito estreita. No Egito essa experiência irá assumir uma expressão literal. O Faraó não tinha apenas origem divina, ele é a expressão do próprio deus. Ele era o símbolo vivo da divindade. A isso chamamos de Teocracia. (Theos = Deus / Kratos = governo).
A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo que o faraó era a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Sacerdotes, militares e escribas (responsáveis pela escrita) também ganharam importância na sociedade. Esta era sustentada pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Os escravos também compunham a sociedade egípcia e, geralmente, eram pessoas capturadas em guerras.Trabalhavam muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água e comida.


A escrita egípcia também foi algo importante para este povo, pois permitiu a divulgação de idéias, comunicação e controle de impostos. Existiam duas formas principais de escrita: a demótica (mais simplificada) e a hieroglífica (mais complexa e formada por desenhos e símbolos).

Como acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo. A vida após a morte seria definida, segundo crenças egípcias, pelo deus Osíris em seu tribunal de julgamento. O coração era pesado pelo deus da morte, que mandava para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava pesado (que tiveram uma vida de atitudes ruins) e para uma outra vida boa aqueles de coração leve.








A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Mesopotâmia - O Berço da Humanidade

Resumo de Aula - Mesopotâmia
Professor Elvis Oliveira 2009


A região entre os rios Tigre e Eufrates foi o berço de diversas das civilizações desenvolvidas ao longo da Antigüidade. O aparecimento de tantas culturas nessa região é usualmente explicado pela fundamental importância dada aos regimes de cheias e vazantes que fertilizavam as terras da região. Ao longo desse processo, sumérios, assírios e acádios criaram vários centros urbanos, travaram guerras e promoveram uma intensa troca de valores e costumes. Segundo alguns estudos realizados, a ocupação dessa parcela do Oriente Médio aconteceu aproximadamente há 4000 a.C., graças ao deslocamento de pequenas populações provenientes da Ásia Central e de regiões montanhosas da Eurásia. Cerca de um milênio mais tarde, os povos semitas também habitaram essa mesma região. Já nesse período, a Mesopotâmia possuía um expressivo conjunto de cidades-Estado, como Nipur, Lagash, Uruk e Ur. Essas primeiras cidades são parte integrante da civilização sumeriana, tida como a primeira a surgir no espaço mesopotâmico.

Dotadas de ampla autonomia política e religiosa, essas cidades viveram intensas disputas militares em torno de regiões férteis da Mesopotâmia. Nesse meio tempo, os semitas foram ocupando outras áreas onde futuramente nasceriam novos centros urbanos. Entre as cidades de origem semita, damos especial destaque a Acad, principal centro da civilização acadiana. Nesse período de disputas e ocupações podemos observar riquíssimas contribuições provenientes dos povos mesopotâmicos. Entre outros pontos, podemos destacar a criação de uma ampla rede comercial, códigos jurídicos, escolas, conhecimentos matemáticos (multiplicação e divisão), princípios médicos, a formulação da escrita cuneiforme e a construção dos templos religiosos conhecidos como zigurates. Por volta de 2350 a.C., os acadianos, liderados por Sargão, dominaram as populações sumerianas. Em 1900 a.C., a civilização amorita – povo de origem semita – criou um extenso império centralizado na cidade de Babilônia. Hamurábi (1728 – 1686 a.C.), um dos principais reis desse império, foi responsável pela unificação de toda a Mesopotâmia e autor de um código de leis escritas conhecido como Código de Hamurábi. Esse conjunto de leis contava com cerca de 280 artigos e determinava diversas punições com base em critérios de prestígio social. Por volta de 1300 a.C.

Império Babilônico entrou em decadência em resultado da expansão territorial dos assírios. Contando com uma desenvolvida estrutura militar, esse povo ficou conhecido pela violência com que realizavam a conquista de outros povos. As principais conquistas militares do Império Assírio aconteceram nos governos de Sargão II, Senaqueribe e Assurbanipal. Com o passar do tempo, esse opulento império não resistiu às revoltas dos povos por eles mesmos dominados. No ano de 612 a.C., os caldeus empreenderam uma vitoriosa campanha militar que deu fim à hegemonia dos assírios. A partir dessa conquista ficava registrada a formação do Segundo Império Babilônico ou Neobabilônico. O auge desta nova hegemonia na Mesopotâmia ficou a cargo do Imperador Nabucodonosor II.

Em seu governo, importantes construções, como a Torre de Babel e os Jardins Suspensos, representaram o notável progresso material dessa civilização.Em 539 a.C., durante o processo de formação do Império Persa, os babilônios foram subordinados aos exércitos comandados pelo imperador Ciro II. Essa conquista assinalou o fim das grandes civilizações de origem mesopotâmica que marcaram a história da Antigüidade Oriental.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Revolução Industrial



Resumo de Aula - Revolução Industrial
Professor Elvis Oliveira 2009


O surgimento da sociedade industrial ocorreu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII. Passou-se, de forma acelerada, do sistema doméstico ao sistema fabril de produção. Nascem as grandes cidades industriais. No plano tecnológico, disseminam-se os primeiros maquinismos.
Duas novas classes sociais se destacaram: a burguesia industrial, crescendo em força; e o proletariado, aumentando em contingentes. Operam-se novas relações sociais nessa sociedade de classes, com a ruptura histórica entre capital e trabalho. Nessa civilização urbano-industrial, deu-se a separação entre produtor e meios de produção.

É importante notar que não foi a expansão comercial que definiu o novo sistema, e sim sua organização fabril interna, com a utilização de invenções e inovações técnicas. Da venda da mercadoria industrializada é que resulta o lucro, objetivo último do novo sistema fabril. O uso das máquinas define a grande indústria, e a divisão do trabalho, iniciada na etapa anterior (manufatureira), é levada ao extremo, acelerada pela automatização das máquinas e por novas fontes de energia. O maquinismo torna impessoal a relação capital – trabalho, o operário vê-se distanciado da direção da empresa e dos destinos da mercadoria.
A indústria tradicional de lã foi a base do antigo sistema de produção, onde a pesada legislação medieval e mercantilista se concentrou. A indústria do algodão será a base do novo sistema fabril. Por outro lado, o advento do maquinismo está associado ao desenvolvimento da indústria do ferro (e da metalurgia em geral) e também à utilização da hulha (carvão mineral) no campo industrial. A máquina a vapor foi decisiva para a Revolução Industrial; sua disseminação dará uma nova fisionomia às cidades fabris, com grandes concentrações de mão-de-obra.

O grupo manufatureiro dividia-se em dois subgrupos: a grande maioria tradicionalista, adotando velhos métodos de produção marcados pelo baixo índice de racionalização e por concepções artesanais; e os industriais modernos, casos raros como Arkwright, Peel, Wedgwood, Boulton e outros, mais preocupados com as inovações técnicas e mobilizando recursos para tanto. Esses industriais modernos já estavam atentos à questão do progresso, do poder político e das relações entre as classes.

Expressão teórica da sistematização dos interesses da nova classe industrial, em forma de teoria “científica”, foi a obra de Adam Smith A riqueza das nações (1776). Mas o liberalismo (laissez-faire), enquanto teoria da Revolução Industrial, não surgiu pronto e codificado: realizou-se na prática, combatendo o Estado mercantilista.

O liberalismo constituiu a corrente ideológica que melhor expressou as aspirações da nova classe burguesa. Liberdade de empresa, de contrato, de imprensa e liberdade individual são seus objetivos. O Parlamento é seu melhor instrumento para gerenciar negócios, guerras e acordos. Contrapondo-se às teorias do Estado de inspiração religiosa, é racionalista; e o individualismo sustenta a liberdade do homem em sociedade ou, mais precisamente, no mercado de trabalho.

Um novo público leitor se forma. Nasce a "opinião pública”, com urbanização e liberdade (relativa) de imprensa. O Romantismo abre passagem, procurando resgatar a “harmonia perdida” do mundo pré-industrial, a busca da “unidade” entre o homem e o mundo que a Revolução Industrial destruiu. James Watt, com a invenção da máquina a vapor (1769) e com os sucessivos aperfeiçoamentos nela aplicados por ele, simboliza o “revolucionário” industrial. Parecia ter ciência de que os “inventos são produtos históricos”.




Em 1733, John Kay inventa a lançadeira volante.Em 1767 James Hargreaves inventa a "spinning janny", que permitia a um só artesão fiar 80 fios de uma única vez.Em 1768 James Watt inventa a máquina a vapor.Em 1769 Richard Arkwright inventa a "water frame".Em 1779 Samuel Crompton inventa a "mule", uma combinação da "water frame" com a "spinning jenny" com fios finos e resistentes.Em 1785 Edmond Cartwright inventa o tear mecânico.


Consequências em Resumo


A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas (a população de Londres cresceu de 800.000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880). A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção, mas sua produtividade ficava maior e consequentemente seu salário. Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi a melhoria nas condições de vida nos países industriais em relação aos outros países da época.

O nascimento dos ideais Marxistas e da luta de entre Burguesia e Proletários, acentuação da exploração do homem pelo homem.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Revoluções Inglesas - A Formação do Estado Liberal

Resumo de Aula - As Revoluções Burguesas
Revoluções Puritana e Gloriosa na Inglaterra



A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até hoje. O processo começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688. As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução Inglesa do século XVII e não Revoluções Inglesas.
Esse movimento revolucionário criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século XVIII, limpando terreno para o avanço do capitalismo. Deve ser considerado a primeira revolução burguesa da história da Europa: antecipou em 150 anos a Revolução Francesa.
Antecedentes da Revolução

Ao vermos a grande reverência e prestígio que as autoridades monárquicas inglesas possuem, nem chegamos perto de imaginar que esse país foi palco de um conflito contra sua realeza. No entanto, no século XVII, a ilha britânica protagonizou um dos primeiros episódios que sinalizavam a crise do Antigo Regime. Foi durante a Revolução Inglesa que as instituições nobiliárquicas foram alvo de uma violenta disputa que marcou a história política da Inglaterra. Durante os reinados da dinastia Tudor, a Inglaterra viveu um notório desenvolvimento de sua economia. Sob a tutela do rei Henrique VIII e, posteriormente, da rainha Elizabeth I, a burguesia britânica viveu anos de intensa ascensão econômica. A formação de monopólios comerciais e o desenvolvimento de lucrativas atividades fizeram com que a parte da burguesia britânica enriquecesse rapidamente. No entanto, os pequenos comerciantes acabaram sendo prejudicados. As vantagens da política econômica britânica beneficiavam uma parcela limitada de uma burguesia bem relacionada com as autoridades reais da época. Além disso, parte das corporações de ofício inglesas detinha o monopólio sob a produção de certos produtos manufaturados que impediam a ampliação do campo de atividades econômicas explorados pela burguesia. No campo, a velha economia agrícola voltada ao abastecimento sofria grandes transformações. As terras passaram por um grande processo de especulação econômica decorrente da demanda da burguesia por matérias-primas. Foi nesse período que se instituiu a política dos cercamentos. Tal medida visava ampliar a disponibilidade de matéria-prima por meio da apropriação das terras coletivas e devolutas. Com isso, vários camponeses e pequenos proprietários de terra sofreram uma terrível perda que empobreceu tais setores da sociedade britânica. Nesse contexto contraditório, onde a Inglaterra enriquecia à custa da exclusão econômica de parte da população, é que temos preparado o contexto revolucionário inglês. Além dos problemas de caráter econômico, as contendas religiosas entre católicos e protestantes dividiam a sociedade britânica em mais uma delicada questão histórica. As tensões sociais e a situação da monarquia britânica se agravaram quando, em 1603, a dinastia Stuart chegou ao trono inglês. Influenciados por uma forte tradição católica e interessada em fixar bases mais sólidas ao absolutismo britânico, os monarcas da família Stuart acabaram alimentando disputas de caráter econômico e religioso. Dessa forma, foi dado início às disputas entre o Parlamento, de visão liberal e composta por burgueses protestantes; e o reis da Dinastia Stuart, que eram católicos e procuravam ampliar sua autoridade política. O autoritarismo real contribuiu para que diversos conflitos acabassem se desenvolvendo no interior da Inglaterra. Não conseguindo atingir a imposição de reformas que acabassem com os problemas religiosos e econômicos, o Parlamento buscou no apoio popular a instauração de uma guerra civil que marcou as primeiras etapas do processo revolucionário inglês.

A Revolução Puritana e a República de Cromwell 1649

Para o historiador inglês Christopher Hill, a divisão fundamental da sociedade inglesa, que levou à guerra civil, não era de fundo religioso ou social e sim econômico: "As regiões partidárias do Parlamento eram o sul e o leste economicamente avançados; a força dos realistas residia no norte e no oeste, ainda semifeudais. Todas as grandes cidades eram parlamentares; freqüentemente, contudo, suas oligarquias privilegiadas sustentam o rei... Só uma ou duas cidades episcopais, Oxford e Chester, eram realistas. Os portos eram todos pelo Parlamento... "mesma divisão encontramos no interior dos condado., os setores industriais eram pelo Parlamento, mas os agrícolas pelo rei."
Entre os "Cabeças Redondas" destacou-se Oliver Cromwell, membro da gentry, que chefiou a cavalaria do exército do Parlamento, sendo 1 responsável pelas primeiras vitórias sobre os realistas, em 1644. Cromwell organizou seu regimento de forma democrática: os soldados eram pequenos e médios proprietários rurais, alistados voluntariamente e o critério de promoção baseava-se exclusivamente na eficiência militar. Aos poucos, as forças do Parlamento passaram a se organizar da mesma maneira, formando o "New Model Army", imbatível nos campos de batalha.
No rastro do New Model Army, surgiu um novo partido, de tendência democrática, os "Levellers" (niveladores), formado por pequenos proprietários rurais, que defendiam a extinção da monarquia, o direito de voto e de representação no Parlamento a todos os homens livres, a separação entre a Igreja e o Estado, o livre comércio e a proteção da pequena propriedade.
Sob a liderança de Oliver Cromwell, o New Model Army, apoiado pelos niveladores, venceu a guerra, prendeu e decapitou o rei Carlos I e proclamou a república, em 1649. A monarquia foi considerada "desnecessária, opressiva e perigosa para a liberdade, segurança e interesse público do povo". A Câmara dos Lords também foi extinta, por "inútil e perigosa".

Cromwell no Poder

Sustentado pelo exército, Cromwell logo dominou o Parlamento e o Conselho de Estado criado no lugar do rei. A partir de 1653, transformou-se em ditador vitalício e hereditário, com o título de Lord Protetor.
Entretanto, o novo governo não atendeu as reivindicações dos "niveladores" de direito às terras e seu partido foi derrotado, Na República de Cromwell (ou commonwealth), prevaleceram os interesses da burguesia e da gentry. As estruturas feudais ainda existentes foram eliminadas, favorecendo o livre desenvolvimento do capital. As terras dos defensores do Rei e da Igreja Anglicana foram confiscadas e vendidas para a gentry. A propriedade absoluta das terras ficou legalizada favorecendo o cercamento dos campos para a produção para o mercado. Com isso, muitos camponeses foram definitivamente expulsos da área rural ou transformaram-se em mão-de-obra assalariada.
De fundamental importância para o desenvolvimento comercial e marítimo da Inglaterra, foi à promulgação do "Ato de Navegação" de 1 1651, estabelecendo que o transporte de mercadorias importadas para o país deveria ser feito apenas em navios ingleses. No plano externo, Cromwell manteve a conquista da Irlanda e da Escócia e ampliou o império colonial inglês no Caribe e o domínio dos mares.
Após sua morte em 1658, Oliver Cromwell foi sucedido por seu filho Richard Cromwell que, entretanto, não conseguiu governar, pois não exercia a mesma influência que o pai sobre o exército. Após breve período de crise, o Parlamento convocou Carlos II para assumir o trono, em 1660.

A Revolução Gloriosa 1688

A restauração no trono da Inglaterra dos Stuarts (Carlos II e Jaime II) não significou a volta ao absolutismo e sim a afirmação do Parlamento como a principal força política da nação.
Carlos II (1660-1685) submeteu-se às limitações do poder real impostas pelo Parlamento, com o qual conviveu em harmonia até quase o final de seu governo. Em 1679, votou-se a importante lei do "Hábeas Corpus" (hoje adotada por todos os países democráticos), que protegia o cidadão das prisões e detenções arbitrárias, constituindo valioso instrumento de garantia à liberdade individual.
Seu sucessor Jaime II (168 -1688) pretendeu restabelecer o Catolicismo, contra os interesses da maioria protestante, desafiando o Parlamento. Foi deposto por um golpe de Estado, na "Revolução Gloriosa" (1688-1689), assim chamada porque ocorreu sem os derramamentos de sangue e sem os radicalismos da Revolução Puritana, da qual pode ser considerada um complemento.
A Coroa foi entregue ao príncipe holandês e protestante, Guilherme de Orange, genro de Jaime II. Em 1689, o Parlamento aprovou e o Rei sancionou o "Bill of Rights" ou "Declaração de Direitos". Essa lei limitou a autoridade do monarca, deu garantias ao Parlamento e assegurou os direitos civis e as liberdades individuais de todos os cidadãos ingleses.

A Consolidação de um Fato
A Guerra Civil e a Revolução Gloriosa consolidaram, na Inglaterra, o sistema monárquico-parlamentar vigente até nossos dias. 0 predomínio da gentry e da burguesia mercantil, no Parlamento, criou as condições necessárias ao avanço da industrialização e do capitalismo, no decorrer dos séculos XVIII e XIX.